Provérbios 23:31
Não olhes para o vinho quando ele estiver vermelho, quando der sua cor na taça, quando ele se mover suavemente.
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O vinho é muito bom (Gn 1:31). Deus criou o vinho para alegrar o coração do homem; (Pv 31:6; Sl 104:14-15) Moisés o recomendou para a adoração familiar diante de Deus; (Dt 14:26) Jesus o bebeu e o supriu em um casamento; (Lc 7:33-35; Jo 2:1-11) Paulo endossou o seu uso na comunhão; (ICo 11:20-22), e fiéis ministros defendem o seu uso moderado (ITm 3:8; 5:23; Tt 2:3), mas o apego desgovernado ou excessivo por vinho é sabiamente condenada.
Quaisquer pensamentos a favor da embriaguez é pecado (Pv 24:9; Ef 5:18), e somente os tolos bebem sem levar seriamente em consideração o perigo e os resultados da embriaguez (Pv 20:1; 23:29-30). O vinho pode ser perigoso, se não for mantido dentro do limite apropriado e para o uso a que foi destinado, assim como tudo o mais que foi criado.
Depois do aviso a respeito do vinho, temos ainda duas outras lições – como a dos fariseus que pervertem a palavra de Deus e como manejá-la bem. Salomão escreveu, “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho.” Os fariseus são literalistas – eles não conseguem enxergar uma figura de linguagem, mesmo que fosse uma luz de neon resplandecente! Eles condenam até o olhar para o vinho vermelho com base num versículo bíblico como este!
Assumindo que o abuso deles com o versículo esteja correto, nós podemos beber livremente o vinho vermelho desde que não olhemos para ele! Traga as vendas para os olhos! Também nos é permitido tanto olhar como também o beber vinho branco! Traga o vinho zinfandel branco! O chardonnay! O sauvignon branco! O riesling!
Se aplicarmos literalmente esta frase a respeito de olhar o vinho vermelho, nós condenamos a Deus, Moisés, Jesus, Paulo e ministros fiéis. Os literalistas estão errados. Salomão não condenou o olhar ao vinho vermelho. Ele condenou a apego desgovernado ou excessivo a qualquer tipo de vinho; e ele usou a cor do vinho básico de Israel, que era muito vermelho, como sangue (Dt 32:14; Is 63:2). Temos aqui uma figura de linguagem, queira você vê uma elipse ou uma metonímia do adjunto.
Jó disse o seguinte a respeito do casamento, “Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem (Jó 31:1). Será que Jó nunca pensou em uma virgem quando a contratava para trabalhar para ele? Ele poderia abençoá-la em seu aniversário? Ele poderia pensar em lhe dar um aumento? É claro que sim. A condenação aqui é entendida como o pensamento do ponto de vista sexual! O seu concerto marital não permitia pensamentos sexuais ou fantasias a respeito de sua funcionária?
Jesus falou a respeito do adultério mental, “Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher … já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mt 5:28). Ele não condenou o simples olhar para outra mulher, pois isto é aprovado e necessário numa sociedade normal. Mas Ele condenou o olhar para outra mulher ” … para a cobiçar … .” E é neste sentido que está o sentido próprio e verdadeiro do nosso provérbio. Que Deus seja verdadeiro!
O vinho nos dias de Salomão tinha várias características atraentes – cor vermelha; intensidade, reflexão e tonalidades de cor numa boa taça; e bolhas se movendo em direção à superfície. Estas mesmas características tornam o vinho visualmente atrativo em nossos dias, especialmente dentro de uma linda taça de vidro iluminado por raios solares, a iluminação de uma sala ou de uma luz de vela para realçá-lo. E ele admite que uma mulher estranha possa ser bonita (Pv 6:25), Ele admite que o vinho tenha um apelo do qual devemos nos guardar sobriamente.
O nosso provérbio está no meio da passagem em que Salomão condena a embriaguês (Pv 23:29-35). Ele não condenou o uso moderado da bebida que Deus e a Bíblia aprovavam e recomendavam: ele condenou aqueles “… que se demoram perto do vinho …” (Pv 23:30) e aqueles que têm os sintomas de uma embriaguês severa (Pv 23:29,34-35). Se a religião de um homem está baseada na Bíblia, ele sabe que Deus recomenda o beber moderado, mas condena a embriaguês.
Nem Deus nem a Bíblia reconhecem o alcoolismo – esta condição realmente não existe. Tais pessoas são apropriadamente chamadas de beberrões nas Escrituras. A embriaguês é o beber além da razão até que os seus sentidos não reconhecem mais o bem e o mal. Sua imaginação e linguajar são reduzidos à tolice e pecado (Pv 23:33) – o objetivo oposto deste livro de sabedoria. Porque a embriaguês é enganosa, geralmente são os outros que percebem o seu estado de embriaguês.
Leitor, preste atenção. O vinho é muito bom. Ele é bonito em uma taça. Suas propriedades para relaxar o sistema central nervoso e alegrá-lo é muito agradável. Mas Salomão está ensinando sabedoria no livro de Provérbios e homens sábios se preservarão da paixão excessiva pelo vinho e só o bebem com uma disciplina prudente. Pois o vinho pode tornar um homem sábio em um tolo, rapidamente!
A lição deste provérbio se aplica indiretamente a tudo que foi criado e dos abusos feitos a esses, também. Pão e manteiga são tão perigosos quanto o vinho considerando que a glutonaria é um pecado tanto quanto a embriaguês. A paixão pela comida ou o comer descontrolado deve também ser evitado, pois uma pessoa preocupada com comer, ou comendo mais do que o necessário, pecará com esta boa criação. Devemos ser moderados e equilibrados em todas as coisas (Ef 5:18; Fp 4:5; ICo 9:24-27).