Provérbios 6:1

Meu filho, se fores fiador do teu amigo, se feriste tua mão com um estranho,

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Como um pai amoroso ensinando o seu filho, Salomão o previne contra o ser um fiador para um amigo, o que ele condena repetidas vezes em Provérbios (6:1-5; 11:15; 17:18; 20:16; 22:26-27; 27:13).

O que é ser um garantidor, ou melhor, um fiador? O que há de errado nisso? Quanta sabedoria deve ser extraída dessas repetidas advertências?

Você é um fiador quando você garante os pagamentos financeiros ou o cumprimento pessoal de outra pessoa. Neste caso, você prometeu a um terceiro – um estranho – que o seu amigo fará os seus pagamentos ou que faça aquilo que se espera dele; e você promete pagar a dívida ou ser pessoalmente responsabilizado, se o seu amigo não puder ou não efetua o que é exigido dele.

Tais negociações financeiras, antes de existir a falência pessoal em massa e análises de créditos computadorizados, quando a palavra de um homem era suficiente, eram formalizadas com um aperto de mão (Pv 17:18; Pv 22:26). Bater as mãos ou dar as mãos era uma antiga forma de firmar contratos em todos os países e em todos os tempos (Jó 17:3; Sl 144:8 e 11).

A Wikipédia nos ajuda aqui: “O aperto de mão é, dependendo da cultura, um gesto social relevante que expressa um sentimento positivo de … confiança entre dois seres-humanos. Um aperto de mão pode ser uma forma de … consolidar um acordo verbal ou informal entre duas pessoas ou entidades, ou até mesmo simbolizar a concretização de um contrato formal. … O aperto de mão pode significar em algumas culturas um gesto de confiança demonstrada na forma de submissão com que ambos ao fazer o gesto, demonstra confia na outra pessoa.”

Hoje chamamos isto de uma assinatura em conjunto em um empréstimo. A sabedoria de Deus é contra o garantir, de forma imprudente, dívidas de terceiros, sem que se faça uma análise cuidadosa do caráter dos mesmos (Pv 11:15; Pv 20:16), da extensão da obrigação (Pv 22:3; Pv 14:15), e da sua capacidade de pagá-la (Pv 22:27). Demonstrativos não incluídos no balanço patrimonial e excessivas responsabilidades contingentes são condenados pela sabedoria de Deus.

Uma garantia sóbria não só pode ser permitida, mas prudente, caridosa e necessária (Fm 1:18-19; Gn 43:8-10; Is 1:17). Se um amigo piedoso ou uma pessoa pobre está precisando de uma importância que você pode bancar, então não há nenhum pecado em ajudá-lo num ato de caridade e de amizade. A loucura de uma garantia é a promessa apressada e um cometimento excessivo.

Pressa e orgulho geram promessas tolas. Pressa expressa palavras e apertos de mãos antes de saber a extensão de uma obrigação; e orgulho quer ser visto como um homem de recursos, o que se obtém publicamente ao garantir dívidas, mesmo havendo poucos ativos para efetuar o pagamento.

Jesus é o nosso Garantidor. Ele deu a Sua palavra e empenhou a Sua alma até a morte pela dívida infinita do Seu povo, o que garante que nenhum homem na terra, nenhum anjo no céu, ou diabo no inferno pode cancelá-la.